Crítica: Star Wars - O Despertar da Força


quinta-feira, 31 de dezembro de 2015



Há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante, uma menininha de seis anos via com seu pai o Episódio I de um filme chamado Guerra nas Estrelas. Naturalmente, ela ficou muito ansiosa quando soube que haveria um sétimo episódio da saga, e em 2015 se juntou com o resto do planeta para assistir Star Wars Episódio VII: O Despertar da Força nos cinemas.



Star Wars Episódio VII: O Despertar da Força se passa muitos anos após a derrota de Darth Vader, quando uma organização chamada Primeira Ordem segue os passos do Império e procura acabar com a República. Nesse cenário, em que os acontecimentos passados são quase lendas e não há mais jedis, o mapa para encontrar Luke Skywalker se encontra com um pequeno robô de um piloto da Resistência, que se perde durante um ataque no desértico plante Jakku. Ele é encontrado pela solitária Rey (Daisy Ridley), uma jovem forte e inteligente que vive catando destroços de naves antigas, e pelo ex Stormtropper Finn (John Boyega), que planeja fugir o mais rápido possível de Jakku. Ambos pegam a Millennium Falcon e a partir de então, começam uma grande aventura, em que se unem à Han Solo (Harrison Ford), lutam com a Resistência e enfrentam um novo inimigo que deseja se igualar ao Darth Vader: Kylo Ren.



O novo filme tem uma estrutura muito semelhante à Uma Nova Esperança, dessa vez com a personagem Rey protagonizando a 'jornada do herói'. Com muitas referências aos filmes anteriores, o filme traz de volta antigos personagens, como a Princesa Leia (Carrie Fisher), agora General, e o adorado Han Solo, responsável por cenas emocionantes. Dessa forma, O Despertar da Força agrada os fãs da saga ao mesmo tempo em que a renova com novos protagonistas: além de Rey, possivelmente a melhor atriz que fez parte de Star Wars (e, finalmente, com uma importância maior que a também heroína Leia), o ex Stormtropper promete ser um personagem interessante que, mesmo funcionando como alívio cômico, não destoa da atmosfera do filme e tem uma ótima química com Rey. Nos demais aspectos, a história se repete, mas de uma maneira que nos deixa ansiosos para saber seu desenvolvimento e assistir aos próximos filmes.



Infelizmente, O Despertar da Força também comete os mesmos erros cometidos nos demais filmes: poderes exagerados sem necessidade de treino, comunicação com robôs e a grande nave da Primeira Ordem, uma 'Estrela da Morte' infinitamente melhorada, com uma conveniente falha de segurança, que pode ser descoberta facilmente. Ademais, chega a ser engraçado imaginar o porquê de existir um mapa com a localização de Luke Skywalker (ele não decidiu se isolar? Quem teria feito esse mapa?) e o vilão, apesar de bem interpretado, não tem nenhuma motivação plausível e muitas vezes age apenas como um adolescente irritado e inseguro, que não sabe ser contrariado. Fora isso, não há como criticar uma história que vem cativando gerações, agora apresentada com alta qualidade na atuação, na clássica trilha sonora e nos efeitos especiais.

Dez anos após uma prequel não tão bem recebida, Star Wars: O Despertar da Força carregava uma grande responsabilidade: ser uma continuação que fizesse jus aos filmes originais e atrair novos fãs, renovando a força de um dos filmes mais influentes de ficção científica. Com erros perdoáveis e muitas referências emocionantes, O Despertar da Força supera as expectativas e justifica o título em todos os sentidos, pois novamente Star Wars está no auge, e felizmente é uma satisfação ver uma nova trilogia de qualidade nos cinemas.

Postagens Relacionadas

6 comentários

  1. Uia!
    Estava bem em dúvida sobre ver esse filme. Sabe como é, uma continuação de Star Wars sempre dá medo de ver, mas ao mesmo tempo, a Disney sempre faz produções maravilhosas...
    Agora que você disse que é boa vou lá ver. Sem spoilers, heim? ;)

    Beijos!
    Andréia Campos
    http://petitandy.com

    ResponderExcluir
  2. Eu não posso dizer que sou fã de Star Wars, mas sempre acompanhei um pouco a história e gostei bastante desse filme!
    Concordo com você quanto a parte do vilão, que muitas vezes parecia uma criança fazendo birra pra ter suas vontades (meio infundadas) atendidas.
    Não tinha parado pra pensar nessa questão do mapa, mas realmente faz sentido hahaha. Não teria o porquê ele fazer um mapa se quisesse ficar escondido. Talvez nos próximos eles expliquem melhor, né?
    Gostei bastante da sua análise!
    Beijos!

    ResponderExcluir
  3. Eu super concordo com tudo o que você disse, me decepcionou um pouco a motivação do vilão, achei fraca também, e detestei aquela "Estrela da morte", faltou criatividade na minha opinião, no entanto vale a pena assistir ao filme . Fiquei com medo de fazer uma resenha que falasse demais sobre o filme e que acabasse dando spoiler, no seu caso você conseguiu fazer uma bela resenha.

    Livros & Nerdices

    ResponderExcluir
  4. Tá parecendo colunista da UOL/Yahoo que analisa o filme sem entender.
    Os "poderes exagerados sem necessidade de treino" não são bem assim.O Kylo Ren, por exemplo, ele não teve um treinamento completo e o lado escuro da força não é tão forte nele. A Rey pode não ter um treinamento no filme, mas ela tem um bom treinamento de combate pela vida que levou como recolhedora de sucata. E dão todas as pistas para mostrar que a Força é forte na garota, explicando,no contexto do universo de Star Wars, o porque dela conseguir vencer o Kylo Ren.
    A comunicação com robôs, é basicamente como os Wookies, nem todo mundo consegue (o próprio Finn não entende ninguém que não é humano), mas uma questão das pessoas terem o costume de se comunicar com espécies diferentes.
    A grande nave da Primeira Ordem, não é uma 'Estrela da Morte' infinitamente melhorada e nem mesmo uma nave. É uma máquina gigantesca construída em um planeta. Tudo bem que no filme eles comparam com a Estrela da Morte, mas os aspectos técnicos são bem diferentes.
    A "conveniente falha de segurança", é bem menos conveniente do que parece. Na verdade, todo aparelho que carrega uma fonte de energia tem essa mesma falha, por exemplo, se você esquenta muito o celular perto da bateria ele explode. E essa fraqueza pode ser descoberta facilmente porque é algo que existe em basicamente todo equipamento com uma fonte de energia e quando o seu aparelho é de tamanho planetário está absorvendo a energia de uma estrela próxima, fica mais fácil imaginar pra onde essa energia está sendo direcionada, ainda mais com uma pessoa que conhecia a máquina pra mostrar. Inclusive, a questão da estrela da morte não foi tão simples assim e o filme de 2016, Rogue One deverá explicar tudo isso.
    A existência do mapa com a localização do Luke foi feito por ele mesmo. Enquanto ele realmente havia se exilado, ele deixou o mapa para ser encontrado quando fosse necessário, mas exatamente por não desejar ser encontrado ele cria uma dificuldade. Mas sendo o mocinho, ele sabe que as vezes a vontade dele vem depois da necessidade maior. O Luke nunca foi um mimado egoísta.
    O vilão, uma vez que se entende o suficiente de Star Wars, você sabe exatamente por quê ele age da forma que age. O lado escuro da Força é algo que surge aos poucos na pessoa e vai crescendo e corrompendo-a. Isso é explicado por cima no filme, mas é bem colocado. A motivação do Kylo Ren é dar continuidade ao trabalho do avô, representado pelo capacete do Darth Vader. O que fica obscuro e só vai ser explicado futuramente é qual é esse trabalho. Muita gente acredita que na verdade ele deseja acabar com os Sith por dentro da ordem. Mas independente disso, a motivação dele, como de todos os do lado escuro é emocional. No caso do Kylo, apesar de não ser mostrado, é a ligação com o avô. Convenhamos que o Han Solo não deve ser o melhor pai das galáxias e a relação com ele até a Léia diz que é complicada.

    ResponderExcluir
  5. Hey! Não é surpresa encontrar um leitor que discorde da minha opinião, mas acho que esse é o primeiro comentário anônimo que recebo. Não entendi o porquê de se esconder atrás do computador (talvez pelo jeito um tanto raivoso?), mas já que você não quis se identificar, o único jeito de responder é por aqui mesmo.

    Primeiramente, é interessante você ter me comparado a colunistas com muita mais vivência que eu e experiência em escrever críticas, mas só porque eu apontei alguns pontos que eu considero exagerados (discordando de você), não quer dizer que eu não entendi o filme. Aliás, se quem é acostumado a fazer análises e tem um envolvimento prévio com Star Wars ‘não entendeu o filme’, o que dizer de quem está assistindo sobre a primeira vez.

    Realmente, já tinha lido explicações sobre a ‘força ser forte na Rey’ e faz sentido ela ter esse domínio natural, até porque o treinamento de Luke consistia basicamente em ensinamentos para entender a força e deixar ser guiado por ela. Mas acho bem curioso ela saber manejar com facilidade o sabre de luz e não acho que o fato dela ser uma ‘recolhedora de sucata’ tenha dado tanta experiência em luta para que ela vencesse o Kylo Ren sem nem ao menos ter saído com uma mão decepada, o que aconteceu com os dois protagonistas anteriores (só para deixar claro, é uma analogia – Rey, sem o mesmo treinamento que os dois tiveram, se saiu bem melhor no seu primeiro combate). Aproveitando para falar sobre o vilão, Kylo Ren foi treinado anteriormente por Luke Skywalker (aliás, Kylo Ren É um Skywalker!), estava sendo treinado pelo lado escuro da força e, mesmo que não tenha completado seu treinamento, logo se vê que sua habilidade deveria ser superior a da Rey (e claro, a de Finn, que também quase o venceu!). Quanto a sua motivação, ficou bastante claro no filme que é dar continuidade ao trabalho de Darth Vader, mas não sei como surgiu essa grande ligação dele com o avô e não acho que o fato de Han Solo não ser o melhor pai das galáxias seja suficiente. Vai ser bem interessante se a motivação de Kylo for acabar com os Siths por dentro da ordem (na verdade, pode falar mais sobre isso?), mas por enquanto, ele realmente parece aqueles adolescentes que protestam pela volta da Ditadura ignorando as coisas horríveis que foram feitas por ela e que ficam furiosos com qualquer opinião contrária – de alguém que gostou muito do filme, mas achou algumas coisas exageradas, por exemplo.

    A comunicação com robôs está presente desde o primeiro filme de Star Wars e sempre achei divertido, mas mal explicado. Robô não é espécie e imagino que conversar com um seja a mesma coisa que conversar com a Nina, minha cachorrinha. Ela é muito inteligente e juro que me responde, mas nunca se envolveu em discussões mais complexas e você pode achar que estou apenas sendo engraçada dizendo isso – é o que eu acho da ‘conversa’ com os robôs de Star Wars.

    (Continuação no próximo comentário porque ultrapassou 4.096 caracteres lol)

    ResponderExcluir

  6. Bom, vamos mudar a frase para uma *espécie* de ‘Estrela da Morte’ infinitamente melhorada. A Estrela da Morte era uma estação espacial gigantesca que era a grande arma do Império. Da mesma forma, a máquina de O Despertar da Força era a maior arma da Primeira Ordem, mas seus aspectos técnicos eram bem mais avançados que a Estrela da Morte – daí a comparação na minha crítica. No filme, eles até fazem piada da ‘conveniente falha de segurança’ ser descoberta por um stormtrooper especializado em saneamento. Talvez eles realmente expliquem melhor em Rogue One, mas se tem uma coisa que não é exatamente um defeito, mas mais uma jogada comercial, é que o filme apresenta mais dúvidas do que respostas. Aliás, o que estamos fazendo nesse debate é apenas supondo que a força é grande na Rey, por exemplo, mas não sabemos nada de seu passado para saber se ela foi treinada, mas perdeu a memória; se ela realmente tem muita experiência de luta graças a ser coletora de lixo ou se a força é forte e ponto final.

    Quanto ao mapa, você não está falando algo que foi explicado no filme. Está supondo que o próprio Luke fez o mapa para ser localizado quando fosse necessário – e eu concordo com você, provavelmente foi isso! Mas, justamente por ele nunca ter sido um mimado egoísta, não dá para entender como alguém que salvou a galáxia fugiria de seus problemas logo no momento em que sua presença mais era necessária. Sim, tudo isso será explicado nos próximos filmes, mas de novo, é algo que fica em pendência e precisa de uma boa explicação.

    No mais, eu gostei bastante do filme e achei bastante pertinentes as suas ponderações, pois é importante discutir para termos contato com outras opiniões e assim repensarmos nas nossas. Mas, justamente por isso, não acho que devemos ignorar qualquer erro presente nas coisas que gostamos, como se elas fossem perfeitas e imunes às críticas. Também não havia nenhuma necessidade de comentar anonimamente e fazer uma comparação negativa com quem ‘analisa sem entender’ o filme apenas porque eu discordo de você em alguns pontos – já havia pesquisado antes de escrever minha crítica (que, devo lembrar, não pode ser muito extensa e justamente por isso deixa vários aspectos de fora) e depois de postá-la uma ou duas pessoas vieram apresentar para mim as mesmas colocações que você, mas de uma forma muito mais educada. Enfim, espero que você leia minha resposta e sinta-se à vontade para conversar por e-mail – você pode discordar totalmente de mim e eu respeitarei isso, mas, por favor, não saia me criticando. Que a força esteja com você.

    ResponderExcluir