Crítica: Divertida Mente


sábado, 18 de julho de 2015



Há vinte anos, o mundo foi surpreendido com o criativo Toy Story, primeiro filme da Pixar. Desde então, o estúdio vem se reinventando ano após ano, trazendo obras-primas sobre amizade, família, autoconhecimento e amor. Dessa vez, as responsáveis por estes ensinamentos são nossas próprias emoções, personificadas em Divertidamente, um dos melhores filmes da Pixar.



Divertida Mente tem como proposta mostrar como o processo de emoções, construção da personalidade e arquivamento de lembranças ocorre dentro da nossa mente, mas de uma forma divertida e didática. No filme, quem controla tudo isso é a personificação de cinco emoções: Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho. Cada emoção tem uma função e sua contribuição em determinados momentos criou as diferentes "Ilhas de Personalidade", nossos valores pessoais. Riley é uma menina de onze anos cuja mente sempre foi governada pela 'Alegria', mas as coisas mudam quando ela passa por uma experiência legal e ao mesmo tempo assustadora: Riley vai morar em uma nova cidade. Enquanto sua família enfrenta problemas com a mudança, na mente de Riley acontece algo bem complicado: Alegria não quer deixar Tristeza intervir na situação e, por uma confusão, as duas acabam saindo do centro de comando e indo parar dentro da consciência de Riley. São as outras emoções que discutem sobre como enfrentar a mudança de cidade, enquanto Alegria e Tristeza tentam levar as memórias-base para o Centro de Comando e voltar a fazer parte da vida de Riley.



A situação da vida real é compreensível e talvez muito de nós já tenhamos passado por isso: com a mudança de cidade, sentimos falta do nosso antigo lar, nossos antigos amigos e às vezes nos assustamos com a perspectiva de começar uma vida nova. Essa experiência, que é apresentada de uma maneira realista e cativante, também é explorada minuciosamente dentro da mente da personagem, quando emoções que nunca tiveram tanto espaço tomam conta da vida de Riley e Riley começa a sofrer uma crise de identidade. Ainda, enquanto Alegria e Tristeza partem numa verdadeira aventura pela consciência de Riley, onde descobrem mais sobre as memórias e até recebem ajuda de um carismático amigo imaginário, as duas também conversam e refletem sobre a importância de seus papéis na vida da menina, já que até então Alegria fazia de tudo para podar a Tristeza pois "a Riley merece ser feliz". Negar a tristeza, contudo, é negar uma emoção importante para o amadurecimento, ainda mais quando esta é tão natural no processo pelo qual Riley passa: saudades.



Enquanto o cotidiano dos humanos nos faz rir e nos emocionar de verdade, nos deslumbramos com a retratação da mente de Riley. Alegria e Tristeza passam pelas Ilhas da Personalidade, pelos labirintos da memória, pela construção dos sonhos e até mesmo pelo abismo do esquecimento. Os cenários são muito bonitos e criativos, mesclando engenharia com os elementos característicos de cada lugar (na ilha da Imaginação, por exemplo, há castelo de cartas e brinquedos) e a arte do filme faz com que todos aqueles conceitos complicados de psicanálise sejam apresentados de forma simples e envolvente. Houve muita pesquisa para chegar no resultado final de Divertida Mente de modo que o roteiro inteligentíssimo do filme cative crianças e adultos, sendo fácil de acompanhar as transições 'de dentro para fora' que ocorrem na tela. Também é impossível não destacar a personificação das emoções, simplesmente perfeita tanto visualmente como no modo de agir e até mesmo de falar.



Divertida Mente começa com uma introdução maravilhosa, e os sentimentos que esta provoca nos acompanham pelo resto do filme. Mesmo que o objetivo seja este, é simplesmente fascinante a forma com que Divertida Mente nos faz transitar pelas emoções. Passear pela mente da Riley é como passear por nossas próprias memórias, entender os nossos sentimentos e claro, rir e se emocionar com as situações demonstradas em tela. Divertida Mente não é apenas inteligente: é cativante. Ninguém discorda que este seja um dos melhores filmes da Pixar, mas arrisco dizer que na verdade é um dos melhores filmes da Disney, por ter a capacidade de provocar tantas emoções.

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3 comentários

  1. Ah, eu tô louca pra assistir esse filme, mas aqui já saiu de cartaz e eu não consegui ir! Adoro filmes da Pixar e imagino que esse seja realmente lindo ;) Beijos

    www.chezb.com.br

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  2. Divertidamente é muito fofo! Eu amei o filme! Achei um dos melhores filmes da Pixar também, mas Wall-E ainda é meu favorito <3

    refugiorustico.com.br/

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  3. Eu ainda não assisti, estou enrolando e muito (eu sei). Mesmo sem assistir me apaixonei pela personagem Tristeza que todos falam hahahaha

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