Crítica: Logan


quarta-feira, 8 de março de 2017

Há uma semana eu fui ao cinema assistir Logan, o último filme de Hugh Jackman como Wolverine. Com uma excelente trilha sonora incluindo Johnny Cash e as sempre bem-vindas cenas de ação, dessa vez encontramos um personagem mais humanizado, em um belíssimo filme de despedida.

Logan


Em 2029, Wolverine já não é mais o mesmo. Velho, cansado e amargurado com toda a violência que a vida lhe trouxe, o antigo X-Men passa seus dias trabalhando como motorista e entregando remédios para o antigo Professor Xavier, que por sua vez vive isolado por conta de uma doença cerebral. Quase todos os X-Men foram mortos e há vinte e cinco anos não nascem mais mutantes. Nesse contexto, Logan recebe o que parece ser sua última missão: levar a pequena Laura, uma criança com a mesma mutação que a sua, para um lugar chamado "Éden". Laura é resultado de um perverso experimento e, assim como outras crianças, foi criada em um laboratório, que também desenvolveu sua mutação. No entanto, não se trata de uma missão fácil, e a viagem acarretará muitos perigos.



Mesmo que por motivos inexplicáveis (afinal, o que aconteceu com a regeneração do Wolverine?), a velhice chega para todos, e um dos aspectos mais impactantes do filme é mostrar os poucos X-Men que restaram vulneráveis, com saúde frágil e surpreendentemente humanos. Além de Logan apresentar não só o físico envelhecido como demonstrar sinais de fraqueza após as lutas, também descobrimos que o cérebro mais poderoso do mundo está com uma doença degenerativa, e fica a curiosidade sobre o que os poderes de Charles Xavier podem fazer nessa situação. Por outro lado, vemos na selvagem Laura - uma imagem do que Wolverine era antigamente - como uma esperança, a possibilidade de um futuro sem cometer os mesmos erros do passado.

Logan


Não é à toa que o título do último filme não é "X-Men" ou mesmo "Wolverine", mas tão somente "Logan". O filme centra-se principalmente na figura do anti-herói, sua relação com Laura e o peso de um passado cheio de violência e matança, trazendo uma sensação de reflexão e um sentimento que aproxima-se da nostalgia, afinal, é a despedida de Hugh Jackman no papel. O ator não poderia estar melhor no papel e a atuação de Patrick Stewart e Dafne Keen (únicos personagens que realmente se destacam na trama, além do Logan) também estão excelentes, apesar de Laura ser uma criança exageradamente violenta. Por sinal, Logan é o filme mais violento da franquia e também tem ótimas cenas de ação, mas sua história linear e 'pura' fazem com que eventuais excessos sejam perdoados, de modo que o filme é uma excelente obra.

Logan


Sem entregar spoilers, só posso dizer que Logan tem um excelente final, tanto do filme em si, quanto da participação de Hugh Jackman na franquia. Diferentemente dos outros filmes da Marvel, não há cenas pós-créditos, porque não há mais nada a ser dito. No final, há esperança para os que estão por vir, mas para quem fica sobram apenas as dores e as lembranças de toda uma vida.

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12 comentários

  1. Muito boa a resenha, quero assistir o filme o quanto antes! By the way, na HQ do Old man Logan é explicado o motivo dele perder progressivamente a regeneração, mas a história dos quadrinhos e do filme parece ser bem diferente.

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  2. O que falar sobre esse filme que mal estreou e já deixou saudades. Achei Logan um dos melhores filme do universo dos X-men. Gostei da sua resenha ela consegue deixar curiosa pela história até quem não é muito fã.

    Blog Profano Feminino

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  3. eu amei o filme, demais! os pontos que voce citou sobre a velhice e sobre o passado de um herói eu concordo demais, curti muito tua crítica <3

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  4. To doida pra ver!! Marquei na semana passada, mas um temporal morgou :( O clima The Last of Us me conquistou de cara. To tentando não deixar as expectativas muito altas, mas tá difícil, haha.

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  5. Adorei a resenha! Um dos pouco que mais me encantou no filme foi este: de tratar ele como um ser humano. Já cansado de tantas perdas e lutas. Trabalhando para dar um melhor lugar para o Professor Xavier.

    E até nas cenas de luta vemos que a ferocidade dele vem muito da questão do cansaço. Ele já não quer mais isso para si. Adorei o final.

    Beijos

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  6. Oi, Vick! Tudo bem? Wolverine é um dos meus personagens favoritos e o Hugh está ótimo neste filme :) Adorei a produção.
    O seu blog tem conteúdo interessante para quem gosta de consumir cultura.
    Sucesso com a página!

    Hida,

    www.blogdahida.com

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  7. Oii, tudo bem?
    Adorei e adoro super-heróis, a história parece ser feita para refletir mesmo sobre as histórias dos X-Men.
    Tenho que assistir, ainda mais agora sabendo que tem Johnny Cash na trilha...rs
    Obrigada pela critica, adorei ♥

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  8. Chorei tanto vendo o filme. Eu mudaria o final, mas mesmo assim gostei muito! Amei o post
    Beijos

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  9. Tu escreve bem pra caralho! (As vezes só um palavrão pra demonstrar kkkkk)
    Sou blogueira pobre e só vou no cinema quando todos querem ver o filme hahahahaha
    Então, ainda não vi Logan. Mas sei que a estória se baseia num quadrinho meio que pos apocalíptico onde os x-men foram derrotados e meio que só sobrou o Wolverine. Não sei quanto tempo pra frente e não sei se o prof Xavier tá no HQ, maaaaas, pra ele poder aparecer devem ter feito alguma magia do cinema pro Wolverine perder a regeneração e se passar tao pouco tempo.
    Enfim, tua resenha me deu ainda mais vontade de ver!!!
    Beijos, vick

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  10. Menina eu tô louca pra assistir esse filme, ainda não tive oportunidade de ir ao cinema, mas pelo que ouvi falar do pessoal é um filme maravilhoso mesmo e é emocionante, já vi algumas cenas e fico cada dia mais louca pra ver. Amei sua resenha e seu blog também.
    Beijos :*

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  11. Aiiii, quase que eu choro de novo lendo essa crítica, por que sim, eu chorei no final do filme (signo de câncer dá nisso haha). E o seu post está tão perfeito, tão bem explicado e deu pra ver que você conseguiu captar direitinho aquela sensação que o Logan está mais humanizado e isso combina perfeitamente com o nome do filme. Também não entendi porque cargas d'água ele perdeu a capacidade de regeneração e ainda to me sentindo triste com o final, e já deu até saudades, porque como você disse: não há mais nada a ser dito.


    Beijooos

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  12. Não fossem as garras e poderes, o filme passaria muito bem como um drama de ação desligado desse legado de mais de 50 anos dos Filhos do Átomo. Amei a performance do Patrick Stewart, é de admirar o profissionalismo deste ator, trabalha muito para se entregar em cada atuação o melhor, sempre supera seus papeis anteriores, o demonstrou em filme emoji um filme que se converteu em um dos meus preferidos.

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