Quem diria que no centro de Miraflores, bairro mais badalado da capital do Peru, Lima, encontra-se nada menos que uma ruína milenar, de povos da cultura pré-inca que habitavam a região? No artigo de hoje, compartilharei dicas e informações sobre esse lugar realmente imperdível de Lima: as ruínas milenares de Huaca Pucllana.



Huaca Pucllana é um sítio arqueológico de mais ou menos 150 mil metros quadrados que, há muito tempo, foi o centro da cultura pré-inca. O que hoje são apenas ruínas, que parece ser apenas um conjunto de tijolos, um dia foi um importante centro cerimonial e administrativo, com uma grande pirâmide de 23 metros de altura, onde eram realizadas cerimônias de sacrifício e culto aos deuses, e uma área das praças, onde se desenvolvia a vida política daquela cultura.



Huaca Pucllana foi construído por volta dos anos 500 pelo povo Lima, uma cultura muito importante que perdurou até por volta do ano 700, dando nome à capital peruana. As construções das ruínas não datam da mesma época e outros povos ocuparam o local, mas todas as informações históricas são repassadas detalhadamente na visita guiada que se faz nas ruínas. Antes da visita começar, há um pequeno museu com objetos arqueológicos e algumas explicações sobre sua utilidade, significado, etc, já contando um pouco da história do local.



A visita guiada é bastante interessante e ocorre basicamente de trinta em trinta minutos, em grupos em inglês ou espanhol. Há uma "trilha" delimitando o caminho, mas na visita guiada percorre-se basicamente todos os percursos das ruínas, passando pela parte baixa, por hortas e inclusive pelo topo da pirâmide. As visitas ocorrem de quarta a segunda, das 09h às 17h00 (a última entrada é 16h30), e também há visitas noturnas de quartas a domingo, das 19h às 22h, mas não inclui a subida na pirâmide. Os passeios levam em torno de uma hora e só podem ser feitos com guia, custando em média 15 soles (quase quinze reais). Vale muito à pena!



É muito bacana ver as ruínas criarem forma através das histórias e informações repassadas pelos guias, imaginar que ali vivia toda uma cultura e imaginar aquele lugar com vida. No entanto, o mais curioso para mim é ver o contraste daquelas ruínas com os prédios no entorno. É verdade que o crescimento exagerado da capital acabou trazendo graves prejuízos à Huaca Pucllana, que acabou perdendo parte de seu território, mas já faz trinta anos que há uma preocupação em preservar e restaurar as ruínas, e acho muito bacana esse convívio do antigo com o novo.



Huaca Pucllana é um lugar imperdível para se visitar em Lima e, no nosso caso, mesmo tendo pouquíssimo tempo (pois visitamos a cidade em uma conexão), fizemos questão de conhecer as famosas ruínas milenares. O Peru é um país muito rico em cultura, cheio de tradições e muitos sítios históricos, e é simplesmente incrível poder conhecer um deles no meio da capital. Vale à pena conhecer!

Local: Calle General Borgoño s/n, cuadra 8, Miraflores (Lima 18, Perú).
Horário: quarta a segunda, das 09h às 17h | visita noturna quarta a domingo, das 19h às 22h
Ingresso (diurno):15 soles peruanos | 7.50 soles peruanos para crianças de até 12 anos, estudantes universitários e professores | 1 sole peruano para estudantes escolares
Ingresso (noturno):17 soles peruanos | 8.50 soles peruanos para crianças de até 12 anos e idosos

Lima, a capital do Peru, tem muitos parques bonitos e boa parte deles fica no bairro Miraflores, mas certamente o mais interessante deles é o famoso Parque del Amor, que combina a incrível vista para o pacífico com uma decoração colorida exalando o melhor do romantismo peruano.



O Parque do Amor foi inaugurado em 14 de fevereiro de 1993, mesma data em que é comemorado o dia dos namorados em inúmeros países, como uma verdadeira homenagem aos casais apaixonados. É um parque muito bonito, cheio de flores e com uma vista privilegiada para o Pacífico, mas que fica ainda mais charmoso pelos mosaicos e pela grande escultura chamada "El Beso" (O Beijo), criada pelo artista peruano Victor Delfin.



Na minha opinião, o que torna o Parque del Amor diferente dos outros parques são os mosaicos. Inspirados na Barcelona do artista Gaudí, o parque está repleto de muros e bancos com formas curvilíneas, conversando com as ondas do mar, mas cheias de pontos de cor entre o branco predominante. O romantismo fica por conta das frases de diversos escritores peruanos sobre o amor, algumas otimistas, outras mais amargas, mas todas com uma bela carga poética.



O Parque del Amor fica em uma parte muito bonita do Malecón, o calçadão que fica em cima do "relevo" que divide a cidade da praia, junto de muitos outros parques. É uma região muito gostosa de se passear, com diversos restaurantes, opções de lazer e até mesmo um shopping entre as falésias, o Larcomar. Assim, o Parque del Amor é um verdadeiro must see de Lima, tanto para quem está de passagem pela cidade, como foi o nosso caso, como para quem tem mais tempo e pode se demorar em um agradável passeio pelo local, aproveitando o melhor que a cidade tem a oferecer.

Quando fizemos nossa Eurotrip, tivemos que encarar uma conexão de oito horas em Lima, já que nosso voo chegava às 09h da manhã e saía apenas 17h30. O que pode ser extremamente negativo para alguns se tornou uma ótima oportunidade de conhecer um novo destino que não iríamos visitar tão cedo e ainda ganhar mais um carimbo no passaporte. Nesse artigo contarei um pouco sobre o que fizemos durante nossa conexão em Lima, capital do Peru, quando conhecemos as ruínas Huaca Pucclana e o bairro Miraflores.

O Aeroporto de Lima

Inicialmente, devo mencionar que o aeroporto de Lima é extremamente grande e bagunçado. O Aeropuerto Internacional Jorge Chávez fica na cidade de Callao, há 10km de Lima, e infelizmente o turista que está em conexão e quer conhecer a cidade tem que pagar a Tarifa Aeroportuária, que atualmente é ​US$30,75 para quem tem como destino outro país. Ate aí, tudo bem, já tinha lido em vários sites e não fiquei surpresa com a tarifa, embora ache um tanto irrazoável. O problema é que em nenhum lugar, nem mesmo no aeroporto, fala sobre como sair ou onde pagar essa taxa.



Nosso voo chegou antes das nove e ficamos zanzando durante uma hora no aeroporto procurando a maldita saída, quase desistindo porque ninguém sabia nos informar e, inclusive, um funcionário da nossa companhia disse que era impossível sair. Depois de muito tempo, descobrimos que no mesmo cômodo em que passamos nossa mala de mão pelo raio-x, deveríamos ter avisado nossa intenção de sair do aeroporto. Isso não está sinalizado e o procedimento "padrão" (ou seja, se não falar nada) é ir direto para a área de embarque internacional, que realmente não possui saída. Anotamos nossos nomes em uma folha (?), recebemos o carimbo no passaporte e daí sim, saímos tranquilamente do aeroporto. Na volta, fomos em uma cabine no primeiro piso do aeroporto para pagar a taxa aeroportuária, mas daí não teve muito mistério.

Saindo do aeroporto, leva-se cerca de uma hora para chegar na cidade de Lima. Nossa ideia era pegar um Uber (cerca de R$ 35,00), mas tivemos dificuldade com o aplicativo e acabamos pagando um táxi oficial para nos levar até Huaca Pucclana. Há muitos taxistas "clandestinos" esperando do lado de fora, então achamos melhor fechar com uma das empresas dentro do aeroporto. Contando o tempo que perdemos com a imigração e o tempo para chegar à cidade, chegamos perto das 11 da manhã nas famosas ruínas.

Huaca Pucclana

Huaca Pucllana é um sítio arqueológico bem no meio da cidade, um complexo de ruínas que ocupam 150 mil m² e remontam desde os tempos pré-Inca. É muito interessante pensar que aquelas ruínas cercadas de prédios modernos já foram um importante administrativo dos Limas, povo que habitava a região no século V. O lugar funciona de quartas a segundas e a entrada geral é 12 soles - o acesso às ruínas somente é feito com um guia.



O lugar conta com um pequeno museu com peças históricas dos povos que ocuparam aquele lugar e o passeio leva em torno de uma hora e quinze. Durante o tour (que ocorre frequentemente em inglês e espanhol, sendo necessário agendar em outras línguas), o guia explica sobre a estrutura de Huaca Pucclana e sobre a cultura local. Caminhamos por quase toda a extensão das ruínas, conhecendo as praças, região dedicada ao setor administrativo, vendo as hortas e produtos cultivados até hoje, e ainda caminhamos na região da pirâmide, que chega a ter 23 metros de altura e era dedicada às cerimônias e cultos aos deuses. Escreverei um artigo mais completo sobre o passeio, mas já adianto que é bastante interessante para quem curte história.

Parque del Amor e Shopping Larcomar

Saímos das ruínas pouco depois de meio-dia, almoçamos no caminho e fomos em direção ao Parque del Amor, o parque mais bonito de Lima. Para falar a verdade, achei a cidade no geral um tanto feia e até o clima nublado contribuiu para essa impressão, mas a região de Miraflores é muito bonita e acho que o Parque del Amor sintetiza bem o que a região tem a oferecer.



O Parque del Amor é um belíssimo parque inaugurado em 14/02/1993 para casais apaixonados, sendo uma excelente opção para quem quer entrar em contato com a natureza, andar de parapente ou apreciar o pôr do sol com vista para o Pacífico. O lugar é lindo! O parque é todo florido (não é à toa que fica em Miraflores, distrito famoso por esta característica), tem vista para o mar e, além de ser um lugar agradável por si, também é artístico, já que conta com a escultura "O Beijo", do artista peruano Victor Delfin, e é conhecido pelos seus muros e bancos repletos de mosaicos coloridos, muito semelhante aos de Gaudí, em Barcelona, mas ainda mais românticos porque neles constam frases de renomados poetas e escritores sobre o amor ♥



Pertinho do Parque del Amor, há uma curta caminhada pela Costanera, também fica o Shopping Larcomar. É um shopping como qualquer outro, com lojas caras, acessíveis, lojas de marca e locais, mas a diferença é que fica à céu aberto, na beira do penhasco. Vale muito à pena visitar simplesmente pela estrutura do lugar - que ainda conta com um observatório bem legal -, mas também é válido para quem quer tomar um café ou fazer compras.



Por volta das 14h, nos despedimos de Miraflores e pegamos um Uber em direção ao aeroporto, prontos para um novo destino. Há muito mais para fazer em Lima, mas nosso tempo era curto e, ao meu ver, foi muito bem aproveitado. Para elaborar nosso roteiro, utilizamos as dicas do blog Esse Mundo é nosso, que também sugere como roteiro visitar o Centro Histórico, o Barranco e, se for durante a noite, ver o espetáculo Circuito Mágico das Águas. Quem sabe em uma próxima conexão?