Crítica: Thor - Ragnarok


segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Desde o lançamento do trailer, Thor: Ragnarok já chama atenção pela estética do projeto e pela premissa de adaptar uma das histórias mais impactantes dos quadrinhos ou, ao menos, ter como base o evento ragnarok, o fim de mundo. O terceiro filme do herói é divertido e tecnicamente muito bem feito, mas peca ao esquecer a potencial grandiosidade da história para entregar uma comédia nos padrões da Marvel.

Thor Ragnarok


Quando Thor e Loki encontram Odin na Terra, descobrem que Asgard corre um grande perigo: Hela, a poderosa Deusa da Morte e primogênita de Odin, resolve tomar Asgard e restaurar uma era de conquistas e dominação. Mal ocorre um primeiro confronto e tanto Loki quanto Thor acabam parando no planeta Sakkar, onde Thor é capturado por uma caçadora de recompensas e feito prisioneiro do Grão-Mestre, que muito aprecia lutas entre gladiadores. Para escapar, Thor é obrigado a se tornar um gladiador e vencer o grande campeão para ser libertado e, enfim, ir para Asgard derrotar Hela, evitando assim o Ragnarok, fim do mundo.



Como não podia deixar de ser, Thor: Ragnarok conta com boas cenas de ação, com destaque para a batalha final contra Hela e, claro, a esperada luta contra o vingador Hulk (Mark Ruffalo), recepcionado animadamente por Thor como um "colega de trabalho". O filme ainda nos apresenta a Valquíria (Tessa Thompson), uma bem executada versão do Grão-Mestre (Jeff Goldblum), Loki (Tom Hiddleston), impecável como sempre, e a primeira vilã da Marvel, Hela, em uma atuação bastante diferente de Cate Blanchett. Apesar das personagens serem bastante caricatas, todas são incrivelmente carismáticas e todo o elenco, no geral, possui uma excelente química, sendo visível que Chris Hemsworth se diverte ao interpretar Thor. Outro aspecto a ser elogiado, obviamente, é a ambientação em Sakkar e todo o visual do filme, desde o design dos personagens - com destaque para a vestimenta de Hela - até todos os prédios, efeitos especiais utilizados e mesmo a excelente trilha sonora, que dá a impressão de um game retrô.

Loki Thor Ragnarok


Ao meu ver, o grande problema do filme é ter reduzido uma história potencialmente sombria em um filme de comédia. Já estamos acostumados às "piadinhas" da Marvel e elas são muito bem-vindas em filmes como Homem-Aranha, mas o problema é quando não há uma dosagem entre drama e humor. Sempre que se pôde optar por uma cena impactante ou engraçada, foi escolhida a cena engraçada e, assim, o enredo como um todo perde um pouco de sua relevância. Da mesma forma, o humor do filme acaba comprometendo a personalidade atribuída a cada personagem, já que ninguém foge do seu estereótipo, sendo a vilã Hela, tão poderosa e perigosa, uma ameaça que não parece muito grande, cujos feitos não tem o peso que deveriam ter. No fim, o "Ragnarok", cuja premissa é tão imponente, apenas foi plano de fundo para uma série de piadas.

Hela Thor Ragnarok


Thor: Ragnarok é um filme divertido, com um bom uso da trilha sonora, efeitos especiais impactantes e boas cenas de ação, mas a verdade é que não acrescenta muito ao Universo Cinematográfico Marvel e, apesar de tecnicamente impressionante, não é um filme que se destaque entre os demais. Uma pena, pois um filme que foi incontestavelmente engraçado tinha potencial para ser brilhante.

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